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"Os que confiam no Senhor são como monte de Sião, que não se abalam mas permanecem para sempre"

domingo, 22 de dezembro de 2013

Abuso espiritual, como não ser uma vítima 1ªparte 
Fonte J. Dias

Definição do termo
Abuso espiritual é o uso da posição de liderança ou do poder para seduzir, influenciar e manipular as pessoas a fim de alcançar interesses próprios. Os praticantes do abuso espiritual são muito hábeis para passar a impressão de que o que querem é do interesse de Deus e da sua obra quando, na realidade o que buscam é seu próprio interesse.

O evangelho "barato", pregado atualmente por algumas igrejas gerou um grande número de pastores, bispos, apóstolos e lideres que não medem consequências para alcançar seus objetivos. Esse mesmo estranho evangelho também permite a abertura de igrejas por pessoas totalmente despreparadas que se auto- intitulam  pastores. Geralmente eles são oriundos de alguma igreja onde não tiveram oportunidade no ministério. Existem também os que estão interessadas apenas em conseguir recursos financeiros, e exercer poder. E por último existem os que são servos de Deus sinceros, mas por não possuírem qualificação ou chamado para o cargo, são inseguros e essa insegurança é disfarçada por um autoritarismo exacerbado. O certo é que a maioria deles são danosos  aos membros de sua congregação, gerando um grande número de pessoas feridas e decepcionadas com o evangelho.
CONVITE AO ABUSO
As igrejas são constituídas num sistema hierárquico que consiste num verdadeiro convite ao abuso religioso. Esse tipo de regime autocrático centrado na figura carismática do pastor predomina nas igrejas mais novas, em especial nas pentecostais e neopentecostais surgidas nos últimos trinta anos. Claro que não podemos generalizar, pois nesse meio tempo também surgiram igrejas sérias, fundadas por homens de Deus, com único objetivo de pregar o verdadeiro evangelho e ganhar almas para o Reino de Deus.

O pastor Paulo Romeiro escreveu no livro "Decepcionados com a Graça": “Em termos de governo, o neopentecostalismo  verticalizou a igreja. O líder forte no topo da pirâmide, que não presta contas a ninguém, que toma decisões sozinho em questões financeiras e doutrinárias, acaba tirando das pessoas a oportunidade de funcionarem como um corpo, como deve ser a igreja. Em tais circunstâncias, os abusos se multiplicam. Alguns líderes religiosos têm dificuldade de administrar o poder”.
Por ter uma organização mais democrática, com estabelecimento de conselhos e assembleias, as igrejas protestantes históricas são um pouco menos tentadas nessas áreas, embora não estejam imunes.
CARACTERÍSTICAS DO ABUSO ESPIRITUAL
Na maioria das vezes o abuso espiritual se origina por posições doutrinárias anti bíblicas. Mas ele ocorre também porque os interesses pessoais de um líder, ainda que legítimos, são satisfeitos de maneira ilegítima.
Sistemas religiosos espiritualmente abusivos são comumente descritos como legalistas controladores mentais, religiosamente viciadores, e autoritários. Apresenta as seguintes características:
LIDERANÇA AUTORITÁRIA
A característica mais evidente de um sistema religioso abusivo, ou de um líder abusivo, é a ênfase excessiva em sua autoridade. Normalmente o grupo se diz ter sido estabelecido diretamente por Deus, e, portanto, seus líderes se consideram como tendo o direito de comandar seus seguidores.
Em Mateus 23:1–2 Jesus disse que "na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus", uma posição de autoridade espiritual. Ainda que outros termos sejam usados, essa posição, nos grupos abusivos, é de poder, e não de autoridade moral.
Àqueles que se submetem incondicionalmente, são prometidas bênçãos espirituais. A eles é dito que devem se submeter completamente, sem o direito de questionar os líderes; se os líderes estiverem errados, isso é problema deles com Deus, e Deus ainda assim abençoará àqueles que se submetem incondicionalmente.
PROIBIÇÃO DE CRÍTICAS
O sistema religioso, por não ser baseado na verdade, não pode permitir questionamentos, dissensões, ou discussões aberta sobre questões. A pessoa que questiona se torna o próprio problema, ao invés da questão que ela levantou.

As resoluções sobre qualquer questão vêm diretamente do topo da hierarquia, que são passadas sem abertura para qualquer indagação. Qualquer tipo de questionamento é considerado como desafio à autoridade, ou rebelião.
O pensamento autônomo é desencorajado, sob a alegação de que ele leva à dúvida, que por sua vez é vista como sendo falta de fé em Deus e em seus líderes ungidos. Desse modo, os seguidores procuram controlar seus próprios pensamentos, por medo de que possam estar questionando Deus.
APARENCIA EXTERNA
Tais lideranças procuram sempre manter uma aparência de santidade. A história do grupo ou organização geralmente é distorcida para dar a impressão de que têm um relacionamento especial com Deus.
O caráter duvidoso de tais lideranças é negado ou encoberto para que sua autoridade não seja questionada, e para manter as aparências. Padrões legalistas de pensamento e comportamento, impossíveis de serem mantidos, são impostos aos membros.
O fracasso em manter tais padrões é usado como constante lembrete de que eles são inferiores aos líderes, e, portanto devem se submeter a eles. Apenas uma imagem positiva do grupo é apresentada àqueles que não fazem parte dele, porque a verdade sobre o sistema religioso abusivo seria obviamente rejeitada se fosse conhecida.
Os líderes, normalmente, mantêm segredos que não divulgam a suas congregações. Esse sigilo está baseado na desconfiança geral dos outros, porque o sistema é falso e não pode resistir a escrutínios.
DESEQUILÍBRIO
Os grupos abusivos têm de se distinguir de todos os outros grupos religiosos para que possam alegar serem únicos e especiais para Deus.
Isso normalmente é feito através de uma ênfase exagerada em posições doutrinárias menos centrais, através de legalismo extremo, ou uso de métodos peculiares de interpretação bíblica.
Dessa forma, suas conclusões e crenças são exibidas como prova de que são únicos e especiais para Deus. Em Mateus 23, Jesus nos dá uma importante descrição dos líderes espirituais abusivos.
Em Gálatas, Paulo argumenta contra aqueles que queriam impor um cristianismo legalista, subvertendo a mensagem do evangelho. Jesus Cristo era Deus encarnado, a segunda Pessoa da Trindade, o Criador do universo, mas não usou essa autoridade para subjugar seus discípulos, para colocá-los sob o jugo de regras e regulamentos legalistas.

Nem tampouco Jesus procurava manter as aparências externas. Aos fariseus legalistas, Jesus aplicou as palavras de Isaías: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens" (Mt. 15:9).

Jesus não era paranoico como os líderes abusivos, seu ministério era transparente ao publico (Jo.18:19–21), não tinha nada a esconder. Jesus não só criticou os líderes religiosos por suas doutrinas errôneas (Mt. 15:1–9; 23:1–39; etc.), mas também, quando criticado, ele não os silenciou, mas deu-lhes respostas bíblicas e racionais às suas objeções (Lc. 5:29–35; 7:36–47).

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