Não toqueis nos meus ungidos
A vasta
maioria dos membros das assim chamadas "igrejas evangélicas" de todos
os matizes - sejam protestantes, evangélicas propriamente ditas, pentecostais,
carismáticas e da terceira onda - já tiveram a oportunidade, em um ou outro
momento, de presenciar um pastor, presbítero, missionário, evangelista,
apóstolo, profeta ou algo que o valha, subir ao púlpito de uma comunidade
qualquer e mandar ver um sermão acerca de "não toqueis nos meus
ungidos". Junto com o sermão, bastante impróprio, diga-se de passagem, vem
um besteirol que beira realmente às raias do ridículo.
Estes
sermões são todos motivados pelo conceito errado e realmente perverso de que
aqueles que servem ao Senhor nas funções de pastor, presbítero, missionário,
evangelista, apóstolo ou profeta etc, são realmente "servos
especiais" que pertencem a uma categoria que é distinta de todos os outros
crentes. Como "servos especiais", estas pessoas, pois existem homens
e mulheres nesta categoria, imaginam que estão acima de qualquer tipo de
crítica e que podem mandar e desmandar na Igreja do Senhor e no povo, porque,
segundo eles mesmos, o Senhor lhes concedeu poder e autoridade
"especiais". Por este motivo todo e qualquer criticismo, não importa
a intenção, será confrontado vigorosamente através de vários mecanismos entre
os quais se encontra o famigerado sermão acerca de "não toqueis nos meus
ungidos".
Mas existem
mesmos pessoas especiais para Deus? Existem mesmo pessoas que recebem um
batismo com o Espírito Santo que é mais poderoso do que o batismo com o
Espírito Santo que veio sobre todos os outros cristãos? Existe realmente uma
unção que é maior, melhor, mais poderosa do que a unção com que o próprio Deus
ungiu a todos os crentes no Senhor Jesus Cristo?
Não podemos
ignorar que os pastores abusadores, não desistem de seus atos de abuso, mesmo
quando as ovelhas saem dos seus redis. Estes abusadores perseguem as ovelhas,
visando trazê-las de volta à situação terrível da qual haviam escapado. Quando
encontram resistência por parte da ovelha que saiu, a atitude dos abusadores é
como o leitor já sabe, mais abuso falsas acusações de insubordinação, de
insubmissão e falta de consagração a Deus são apenas o começo. Visando
intimidar a "ovelha desgarrada", pastores abusadores partem para os
mais baixos tipos de manipulação que incluem: dizer que a "ovelha
desgarrada" nunca foi verdadeiramente crente, ou pior, dizer que a
"ovelha desgarrada" vai direto para o inferno. Depois, com a cara
lavada, estes abusadores sentem-se livres para afirmar que suas igrejas são
igrejas que "cuidam realmente" das pessoas e ninguém poderá dizer que
não tentaram trazer a ovelha desgarrada de volta.
Mas é
interessante notar, que nestes encontros, que visam à reconciliação, não
existe, por parte dos abusadores, nem uma palavra de admissão de erros
cometidos. Como são os "ungidos do Senhor" estão muito acima até
mesmo da possibilidade de cometerem o menor pecado. Afinal eles ensinam que
pastores não cometem erros nem pecados e não precisam nunca pedir perdão. E
quando apertados, costumam sacar, sem a menor cerimônia, seu texto favorito que
diz: Não toqueis nos meus ungidos! São realmente patéticos nestas horas.
Pastores,
como líderes, gostam de pensar de si mesmo como pessoas diferenciadas, acima
das outras pessoas. Pelos títulos que eles criam pra si próprios podemos ver
entre eles..paipostolo, reverendo bispo, bispa etc, Gostam de se ver como sendo
"especiais", como super-crentes. Apesar de gostarem de se ver desta
maneira, Deus não está nem por um segundo interessado em participar no jogo
deles. Suas palavras são de condenação absoluta desde o começo: "Ai dos
pastores de Israel". Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam
eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda
e qualquer forma de crítica. Não entendiam que as posições que ocupavam, bem
como as funções que executavam, realmente, não os isentavam de ter que admitir
seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves consequências
dos juízos de Deus, caso não se arrependessem. Esta palavra realmente dura da
parte do Senhor é motivada pelo fato de que os pastores não são
"donos" do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o
rebanho de Deus de qualquer maneira e muito menos de maneira que sejam
abusivas.
A verdade
que muitas vezes resistimos em reconhecer, e pessoas abusadas sentem esta
dificuldade de uma maneira muito mais aguda, é que existem muitos homens e
mulheres , mas muitos mesmos, que se intitulam pastores, são até mesmo
ordenados, mas que na realidade não são pastores de verdade. Não possuem
chamados, não se submetem ao Senhorio de Jesus e não se dispõe ser aquilo que
devem ser: servos, a serviço do povo de Deus. Muitos hoje estão no ministério
apenas pra mostrar para os outros que é
capaz ou por interesses financeiros e ou comerciais.
Como "ser pastor" se tornou em apenas mais uma profissão, o
pastor-abusador fará de tudo que estiver ao seu alcance para não perder sua
"boquinha".
Pra Refletir
Deixe um
comentário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário